
Cadê os KITS?
Leoncio Silva

(Foto: Reprodução/ INCRA-GO)
Durante a Agro Centro-Oeste Familiar, no ano passado, entre andanças e conversas de pé de ouvido, representantes do grupo de mulheres do Assentamento Oziel Alves Pereira de Baliza-GO festejavam a promessa de vinte KITS feira que teria sido feita por um técnico com vínculos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
Passou o Inverno, veio a primavera, foi embora o verão e já vem chegando o outono novamente. Cadê os Kits? Essa pergunta foi feita repetidas vezes pelas moradoras e moradores do Oziel. O pequeno e aparente desânimo das tantas promessas veio em tom de cobrança e com a determinação costumeira.
O Kit é bastante esperado pois possui segundo o INCRA, barraca, boné, avental, tapadeira, lona, balança digital, placas para preço, placa para identificação, caixas plásticas e sacolas biodegradáveis para entrega dos produtos ao consumidor.
Os feirantes e agricultoras familiares teriam então uma melhor condição de trabalho e mais estrutura para manter e fortalecer a feira da agricultura familiar. Mas, quando procurado, o INCRA, desconversou o que foi discutido na Agro Centro Oeste e burocratizou o processo.
Segundo o órgão, o assentamento por meio da associação de mulheres, teria que enviar um projeto assinado pela técnica - que faz parte da associação de mulheres -, o INCRA, faria então a avaliação e somente depois a distribuição dos KITS. Mas e o que foi prometido?
Talvez a origem desse conflito esteja na contradição, que os órgãos públicos enfrentam sempre, entre a exigência burocrática do documento escrito e a tradição popular oral, da palavra dada.



(Foto: Reprodução/ INCRA-GO)