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Plantas que curam

Heloisa Sousa

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Foto: João Gabriel Palhares

  Nildete Marques, moradora do assentamento Padre Ilgo, herdou da mãe e da avó os conhecimentos sobre as plantas e os aperfeiçoou com cursos sobre o assunto. “A gente aprendeu muitas coisinhas na roça mesmo, que tem muito remédio bom, a gente é que não sabe aproveitar muito” conta.

   Na época em que seu pai sofria de câncer na próstata, ensinaram a ela uma receita contra a enfermidade: suco de inhame com a água do coco-da-bahia.  E é assim também que é construído seu conhecimento, com as práticas orais: mulheres conhecedoras das ervas transmitem seus saberes a outras mulheres.

   Quer uma receita natural para dor no estômago? Você pode tomar o chá de boldo-sete-dores. Precisa de um anti-inflamatório? Pode usar o sumo da erva-de-santa-maria, conhecida também como mastruz. Na casa de Nildete, e de muitas outras mulheres, essas ervas que curam são cultivadas no quintal e estão sempre ao alcance das mãos.

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Foto: Heloisa Sousa

   As plantas medicinais também possuem propriedades cosméticas. A babosa (Aloe vera), por exemplo, está presente nos hidratantes corporais e nos xampus. É um anti-inflamatório e cicatrizante natural e, por isso, reduz as marcas de sol na pele. A babosa é só uma das muitas plantas do jardim de Nildete que têm esses benefícios, por isso, um de seus sonhos, é produzir hidratantes e sabonetes para comercializar.

   “Meu sonho é fazer para vender mesmo. Eu já fiz o curso, aprendi a fazer sabonete”, conta. Mas as quedas constantes de energia são um impedimento, pois reduz a validade dos produtos que ficam sem conservação. “Nós já ficamos até 20 dias sem energia aqui, Então a energia, você não pode fazer compromisso com ela, é por isso que eu não tenho como fazer pra vender”.

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